“ A maneira de encontrar o verdadeiro ‘mundo’ não está em apenas observar e medir o que se acha fora de nós, mas sim em descobrir o íntimo de nosso ser. Pois é aí que se encontra o mundo em primeiro lugar: no meu mais profundo eu. Mas acontece que descubro ali que o mundo é bem diferente das ‘respostas obrigatórias’. Esse ‘terreno’, esse ‘mundo’ onde estou misteriosamente presente ao mesmo tempo ao meu próprio eu e às liberdades de todos os homens, não é uma estrutura visível, objetiva e determinada com leis e exigências fixas . É um mistério vivo que cria a si mesmo do qual eu mesmo sou uma parte, e para o qual sou a única porta de acesso. Quando encontro o mundo no meu próprio terreno, é impossível ser alienado por ele. São precisamente as respostas obrigatórias que insistem em mostrar o mundo como totalmente outro que eu e meu próximo, que me alienam de mim mesmo e do meu próximo. Assim, não vejo razão para nossa compulsão de fabricar conjuntos cada vez mais novos e reluzentes de respostas obrigatórias.”
Contemplation in a World of Action, de Thomas Merton
(Doubleday & Co., Garden City, NY), 1973. p. 170
Um pensamento para reflexão: “As verdadeiras soluções não são as que aplicamos à força à vida conforme nossas teorias, mas as que a própria vida fornece aos que se dispõem a acolher a verdade. Por conseguinte, cabe-nos dissociar-nos de todos os que têm teorias que prometem soluções nítidas e infalíveis, e desconfiar de todas essas teorias, não com um espírito negativista e derrotista, e sim confiando na própria vida, na natureza, e, permitam-me dizer, em Deus acima de tudo.”
Raids on the Unspeakable, Thomas Merton
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