sábado, 11 de outubro de 2008

Padueira Nossa Senhora Aparecida

(Reflexão do Padre Gregorios Wuwur, SVD
Brasil Sul)

1 - Escolhemos a vida porque estamos do lado de Deus
Todos os anos, o Santuário Nacional de Aparecida propõe um tema para refletir durante a novena que prepara a festa da Padroeira Nossa Senhora Aparecida. Quase sempre, o tema tem relação com a Campanha da Fraternidade. Uma vez que o tema deste ano de 2008 foi sobre a escolha da vida, a proposta é contemplar Maria como modelo de quem escolheu de modo exemplar a vida. O tema desse ano, como exposto em nossa frase celebrativa é: “Com Maria, discípula e missionária, escolhemos a vida”. Desde ano passado, com a Conferência de Aparecida, a Igreja no Brasil caminha para se tornar mais discípula e missionária. Então, a gente olha para Maria, nas vestes de Nossa Senhora Aparecida, para entender que a coisa mais importante do discípulo e missionário é escolher a vida porque quem escolhe a vida coloca-se do lado de Deus. Deus é a fonte, a origem da vida, o protetor da vida... quando escolhemos a vida, escolhemos ficar do lado de Deus.

2 - Dragões que atacam a vida: aborto, eutanásia, violência
A 2ª leitura, do livro do Apocalipse, descreve uma mulher com 12 estrelas sobre a cabeça e tendo a lua sob os pés. No contexto da celebração, entendemos que a mulher simboliza Maria, que em muitas de nossas iconografias e imagens é representada com uma coroa de 12 estrelas e com a lua sob os pés. Essa imagem representa também a Igreja, a nova geradora da vida e de um povo que ama e defende a vida. Outra figura que aparece na 2ª leitura é o dragão, o inimigo da vida, o perseguidor da vida; persegue até mesmo a vida nascente, querendo devorar o filho gerado pela mulher. Ou seja, o dragão quer destruir a vida gerada pela humanidade. Por que o dragão faz isso? Porque sabe que cada vez que agride a vida humana, quando mata a vida humana, ele consegue atingir Deus; mexe com aquilo que é mais querido de Deus. O dragão, qual inimigo de Deus continua manifestando-se entre nós de modo sutil, com campanhas e políticas a favor do aborto, da eutanásia, por exemplo. Mas também com apologias a favor da violência em filmes, revistas, televisão, brinquedos... O dragão, o inimigo da vida, nunca descansa e continuamente agride e mata a vida humana. Como reagir?

3 – Interceder em favor do povo e colocar-se a serviço da vida
Uma primeira reação é buscar o auxílio de Deus. No tempo da Rainha Ester, o povo judeu estava exilado e um alto ministro do rei pretendia matar os judeus. Ester era judia. O tio de Ester, Mardoqueu, convenceu Ester de interceder junto ao rei para conceder a vida ao povo. Ester intercede ao rei com as belas palavras que lemos nas últimas frases da 1ª leitura e assim salva o povo da morte. Ester é figura de Maria, aquela que intercede continuamente junto a Deus em favor da vida do povo, como iremos proclamar daqui a pouco, no Prefácio. Se Deus está do nosso lado e se podemos contar com a intercessão contínua de Nossa Senhora em favor da vida do povo, sabemos que força isso representa para escolher a vida. O segundo modo de reagir é através do serviço em favor da vida, como ouvimos na conhecida página do Evangelho, relatando as Bodas de Caná. Maria intercede e o Filho realiza seu primeiro sinal oferecendo um vinho, quer dizer, uma vida com um sabor novo, jamais igualado. Mas tem um detalhe que sempre precisa ser considerado para que a vida tenha o novo sabor e não seja simples água: acolher o conselho de Nossa Senhora quando diz aos serventes: “fazei tudo o que ele vos disser”. O serviço à vida, para o discípulo cristão, é uma atividade que transforma a realidade, como aquela água que se transformou em vinho.

4 - Empenho missionário do século XXI: o Evangelho da vida
O tema da novena – e também em concordância com o mês de outubro – apresenta Nossa Senhora Aparecida como missionária. Maria é a missionária de Deus, que levou a boa nova da encarnação a Isabel; é a missionária de Deus quando trouxe o Filho de Deus ao mundo. No Evangelho que ouvimos, ela resume bem a grande mensagem missionária quando pede para fazer tudo que seu Filho disser. O missionário do século XXI continua com a mesma missão de todos os tempos: anunciar o Evangelho da vida (Evangelium vitae), a boa notícia que a vida humana é amada e querida por Deus. O missionário do século XXI é aquele que se coloca a serviço da vida. Por isso, cada um de nós, hoje, olha para a pequena e simples imagem de Nossa Senhora Aparecida e, como povo brasileiro necessitado de vida, intercede pela vida do nosso Brasil e intercede pelas nossas crianças, que hoje festejam seu dia. Mas, não somente intercede, se prontifica a colocar-se a serviço da vida, porque quem está do lado de Deus, como Nossa Senhora, escolhe a vida; escolhe viver, escolhe transformar a realidade em favor da vida e do bem de todos. Amém!

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

LIVE ONLY FOR ME

I am the Lord your God,
I listen to your call,
I listen to the humble heart,
I listen to the repentant soul.
This is the integrity of my Word;
that I come to those who come to me.
Yes my child, let your faith grow,
stay with me my child,
no matter how busy the world may be around you,
live for me; be sanctified by my Grace.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Conclusões finais do Congresso Missionário Nacional - 2008


Linhas de força do Congresso para assumir missão nas paróquias, diocese e a nível nacional
Convocados pelo Espírito, por meio dos pastores da Igreja em Portugal, reuniram-se em Fátima, de 3 a 7 de Setembro, oito centenas de participantes portugueses e representantes de diversos países. O dia 6 foi enriquecido com a presença e a juventude do voluntariado missionário.
Dez anos após o Ano Missionário de 1998, o Congresso celebrou, reflectiu e apontou caminhos de futuro para a Missão, a partir do tema: No encontro com Cristo vivo, chamados e enviados para a Missão em Portugal e no mundo e o lema: Portugal, rasga horizontes, vive a Missão.

Linhas de força

Deus, Trindade de Amor, envia a humanidade toda a fazer do outro um irmão. A Missão é de Deus e, por isso, o baptizado, consciente deste envio ao tomar parte na vida de Cristo, é impelido a ser contemplativo e servo da sua Palavra.
A Missão é tarefa indelegável de cada cristão. Esta concretiza-se no espaço e no tempo da história humana, conhecendo e amando aqueles a quem se é enviado. A vivência comunitária da fé em família, paróquia, diocese ou comunidades de vida consagrada é o testemunho mais credível do anúncio de Deus-Amor.

A Santidade (sair de si por amor) e a Missão (ser enviado por Deus ao diferente) são o húmus vital de todo o cristão e de todas as actividades pastorais.
Com o Concílio Vaticano II (1965), assistimos a uma nova compreensão da Missão. Cada um de nós é, simultaneamente, enviado e destinatário da evangelização. O Espírito é o protagonista da Missão e a Igreja Local o seu sujeito de encarnação e vivência. Nela e a partir dela, surgem e actuam todas as vocações missionárias laicais, consagradas e sacerdotais. O despertar do laicado para a Missão é hoje um dos sinais dos tempos.

Em pleno Ano Paulino, o Apóstolo dos gentios, com o seu itinerário de conversão e missão, é para nós modelo a conhecer melhor e a seguir no zelo e na urgência de evangelizar.
Para além de momento privilegiado de reflexão e partilha, o Congresso foi também uma experiência de comunhão na dor com os nossos irmãos perseguidos na Índia e em outras situações de falta de liberdade religiosa.

Propostas

Sentimos o coração a arder e desejamos que toda esta riqueza possa contribuir para a Igreja em Portugal viver mais em Missão. Por isso, como Congressistas, propomos que:

1.A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) promova uma melhor coordenação e integração das diversas áreas pastorais para todas serem fecundadas pelo dinamismo missionário e anseio de santidade.

2.A CEP, partindo do Congresso Missionário e do Ano Paulino, avive a vocação missionária de todos os cristãos e prepare um documento-base para a Missão em Portugal.

3.Cada Igreja Local incentive a criação de estruturas e dinâmicas que demonstrem a consciência e urgência do anúncio do Evangelho: Secretariado Diocesano Missionário, grupos missionários paroquiais, semanas de animação missionária, geminações, voluntariado, sacerdotes "fidei Donum", institutos de vida consagrada...

4.Cada diocese promova, oportunamente, um Congresso Missionário Diocesano.

5.Promova-se formação missionária às crianças, jovens, adultos, seminaristas, consagrados e sacerdotes, de acordo com o novo paradigma de Missão.

6.Fomente-se, com espírito de solidariedade e subsidiariedade, a comunhão e a partilha de fé, de pessoas - numa dinâmica de partir e receber - e de bens entre as diversas Igrejas.

7.Ajude-se cada cristão a crescer até à estatura de Cristo: Sacerdote que celebra a liturgia e oferece a sua vida pela salvação de todos; Profeta que proclama a Palavra de Deus e denuncia as injustiças e contravalores da sua sociedade e cultura; e Rei que serve com caridade os mais desprotegidos e excluídos.

Num mundo global e em mudança, à procura de sucesso mas infeliz, queremos viver em Missão e anunciar Cristo Vivo ao mundo, sendo profetas da esperança e rasgando novos horizontes.

Fátima, 7 de Setembro de 2008
Os participantes no congresso missionário nacional
Foto: João Cláudio Fernandes
Publicado por OBRAS MISSIONÀRIAS PONTIFÌCIAS em Quarta-Feira, Setembro 10, 2008
www.congressomissionario2008.blogspot.com