Nós,
cristãos, acreditamos que, na Igreja, somos membros uns dos outros e todos
mutuamente necessários, porque a cada um de nós foi dada uma graça, segundo a
medida do dom de Cristo, para utilidade comum (cf. Ef 4, 7.25; 1 Cor 12, 7).
Cristo veio ao mundo para nos trazer a graça divina, isto é, a possibilidade de
participar na sua vida. Isto implica tecer um relacionamento fraterno,
caracterizado pela reciprocidade, o perdão, o dom total de si mesmo, segundo a
grandeza e a profundidade do amor de Deus, oferecido à humanidade por Aquele
que, crucificado e ressuscitado, atrai todos a Si: «Dou-vos um novo mandamento:
que vos ameis uns aos outros; que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos
amei. Por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes
uns aos outros» (Jo 13, 34-35). Esta é a boa nova que requer, de cada um, um
passo mais, um exercício perene de empatia, de escuta do sofrimento e da
esperança do outro, mesmo do que está mais distante de mim, encaminhando-se
pela estrada exigente daquele amor que sabe doar-se e gastar-se gratuitamente
pelo bem de cada irmão e irmã.
Cristo
abraça todo o ser humano e deseja que ninguém se perca. «Deus não enviou o seu
Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele»
(Jo 3, 17). Fá-lo sem oprimir, sem forçar ninguém a abrir-Lhe as portas do
coração e da mente. «O que for maior entre vós seja como o menor, e aquele que
mandar, como aquele que serve – diz Jesus Cristo –. Eu estou no meio de vós
como aquele que serve» (Lc 22, 26-27). Deste modo, cada actividade deve ser
caracterizada por uma atitude de serviço às pessoas, incluindo as mais
distantes e desconhecidas. O serviço é a alma da fraternidade que edifica a
paz.
Que
Maria, a Mãe de Jesus, nos ajude a compreender e a viver todos os dias a fraternidade
que jorra do coração do seu Filho, para levar a paz a todo o homem que vive
nesta nossa amada terra.
Vaticano,
8 de Dezembro de 2013.
PAPA
FRANCISCO FRANCISCUS
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